O preço do antagonismo
- Leo Xavier
- 25 de set.
- 2 min de leitura
O assassinato brutal de um jovem influenciador americano expõe uma chaga aberta do nosso tempo: o antagonismo ideológico levado ao extremo. Não se trata de defender esta ou aquela bandeira política, mas de olhar com espanto e indignação para a barbárie que brota do ódio, da intolerância e da incapacidade de conviver com o diferente. O mundo contemporâneo vive um estado de belicosidade que corrói a convivência e ameaça à própria ideia de humanidade.
A história mostra que divergências sempre existiram e existirão. O problema não está no debate, porém no veneno que contamina corações e mentes, quando o adversário deixa de ser alguém com outra visão e passa a ser tratado como inimigo a ser destruído. Esse abismo se alimenta da indiferença, da manipulação e da desumanização. Quando não se enxerga o outro como pessoa, abre-se espaço para o absurdo: a violência que cala vozes, sonhos e vidas.
Mas é possível e urgente reagir. O basta não virá apenas de leis mais duras ou discursos inflamados — ele nascerá de uma revolução silenciosa e firme, sintetizado no resgate da cultura da paz. Isso exige coragem para ouvir, serenidade para dialogar, humildade para reconhecer limites e grandeza para respeitar diferenças. Impõe líderes que escolham pontes em vez de muros, cidadãos que recusem o ódio como combustível, famílias e comunidades que cultivem o valor do respeito mútuo.
O que precisamos fazer? Retomar o espaço da convivência. Ensinar às novas gerações que democracia não é unanimidade, é coexistência. Incentivar práticas de escuta e mediação. Valorizar iniciativas que promovam encontros entre diferentes. E, sobretudo, lembrar que nenhuma ideologia, por mais justa que pareça, vale mais que a vida humana. A indignação nos desperta, contudo, é a ação que nos transforma. Rogo que esse episódio não seja apenas mais uma tragédia a ser esquecida e se transforme em um chamado coletivo, capaz de colocar o diálogo acima da violência e a esperança acima da intolerância. Porque só assim será possível reescrever a história do nosso tempo, não como a era do ódio, mas como o tempo em que a humanidade escolheu a paz.
Léo Mauro Xavier Filho

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