Propósito, protagonismo, inovação e transformaçãona mobilidade da Grande Florianópolis

Falar de mobilidade na Grande Florianópolis é tocar num ponto sensível daqueles que trabalham, estudam ou circulam pela região metropolitana. Tornou-se enfadonho abordar o tema, pois corre-se o risco de ser repetitivo. Mas justamente por isso é hora de recolocar quatro palavras no centro do debate: propósito, protagonismo, inovação e transformação.

            Propósito é compreender que tratar de mobilidade não envolve os ônibus, os automóveis ou obras de infraestrutura. Envolve pessoas, sobretudo — e como garantir a elas os deslocamentos com agilidade, segurança e modicidade, gerando oportunidades, pois mobilidade com propósito devolve humanidade ao sistema e aponta para o futuro que desejamos: uma região integrada, eficiente e acolhedora.

            Para isso, precisamos de protagonismo. Não dá mais para esperar soluções mágicas empacotadas em promessas eleitorais. Governos estaduais, prefeituras, operadores, entidades empresariais e sociedade civil precisam assumir a responsabilidade de construir juntos um modelo que faça sentido. Protagonismo é reconhecer que a mobilidade metropolitana não cabe nos limites políticos de cada município. Se a região não agir integradamente continuaremos presos ao mesmo labirinto.

            A inovação entra como necessidade, e não como luxo. Inovar é utilizar dados para planejar as linhas, revisar as redes, ajustar os horários. É investir em bilhetagem moderna, integração tarifária, informação ao usuário e veículos mais limpos e acessíveis. A região já pagou caro demais pela falta de inovação.

            E tudo isso converge para a transformação. Transformar não é reformar o que existe. É mudar a lógica, construir um sistema metropolitano real, com planejamento contínuo, autoridade própria e foco no cidadão. A mobilidade é o vetor de desenvolvimento econômico e social, e não podemos mais adiar essa realidade.

            Quando propósito, protagonismo e inovação se encontram, a transformação deixa de ser sonho e vira caminho.

            A Grande Florianópolis merece esse novo capítulo. Léo Mauro Xavier Filho