A lâmpada de Aladim e o político
- Leo Xavier
- 21 de out.
- 2 min de leitura
Dia desses, estava lendo o livro “Aladim e a lâmpada mágica” para minha netinha, e, ao final da leitura, pensei: se um político encontrasse a lâmpada, e ao esfregá-la aparecesse o gênio e pedisse-lhe que fizesse três pedidos, quais seriam? Diz a lenda que quem encontra tal artefato mágico tem direito a três desejos. Bastava esfregar e o gênio aparecia, pronto para realizar sonhos, riqueza, poder, imortalidade. E no caso de um político? Talvez pedisse votos, popularidade e reeleições ininterruptas. Afinal, alguns parecem acreditar que o gênio é assessor pessoal, e não símbolo de virtude.
Aladim, no conto original, era um jovem simples, movido pela esperança de mudar de vida. Já muitos dos nossos políticos, quando encontram sua lâmpada, esquecem que o gênio é servo do povo. E o que deveria ser um instrumento de transformação, acaba se tornando um espelho de vaidades.
O verdadeiro poder da lâmpada está na intenção de quem a esfrega. O mesmo vale para a política. Um cargo público, por si só, não é bom nem mau, ele apenas amplifica o que já existe no caráter e nos propósitos de quem o ocupa. Se houver nobreza, virá a serviço do bem comum; se houver vaidade, se converte em palco do próprio ego.
O Brasil não precisa de gênios de lâmpadas. Precisa de pessoas capazes de realizar o impossível sem magia, com trabalho, ética e amor pelo bem público. Virtudes simples, todavia, raras. Quem sabe, um dia, em vez de pedir três desejos, nossos políticos aprendam a praticar três virtudes: sabedoria para decidir, coragem para agir e humildade para servir. Aí sim, o gênio poderia, finalmente, descansar em paz, e nós, talvez, vivermos um conto menos fantástico e mais justo.

Léo Mauro Xavier Filho





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