O Valor do Tempo e a Sabedoria da Finitude
- Leo Xavier
- 7 de set.
- 2 min de leitura
Vivemos como se o tempo fosse infinito, e assim adiamos sonhos, abraços, pedidos de perdão, retorno à convivência que um dia nos foi tão cara. Esquecemos que a vida é feita de instantes únicos e que dificilmente se repetirão. A consciência da finitude, ou seja, a certeza de que tudo um dia terá fim, pode parecer dura, mas é, na verdade, um convite à sabedoria. Ela nos permite viver com mais presença, coragem, generosidade e amor.
O Livro do Eclesiastes, no Evangelho segundo Jesus Cristo, expressa com beleza essa verdade: “Há tempo para tudo debaixo do céu. Tempo para nascer e tempo para morrer; tempo para plantar e tempo para colher (...)”. Essa passagem bíblica não é um convite à resignação e ao conformismo, mas sim à maturidade espiritual. A vida é feita de ciclos, e cada fase tem seu valor, sua alegria, sua dor e sua beleza. Saber disso nos ensina a viver com mais gratidão e aceitação, sem nos apegar ao que já passou ou nos apressar diante do que ainda virá.
A finitude dá peso ao agora. Quando compreendemos que nossos dias são limitados, escolhemos viver melhor, o que vale a pena, quem merece nosso tempo e onde depositamos nossa atenção e energia. Viver não é apenas sobreviver ou cumprir tarefas. É dar sentido aos dias vividos. É reconhecer que, mesmo em meio à correria, cada gesto de ternura e escuta pode ser transformador. A vida é um sopro!
A morte, quando reconhecida como parte inevitável da nossa existência, não minimiza a vida, ao contrário, a enriquece. Ela nos lembra que estamos aqui de passagem, e que cada instante é precioso, único e insubstituível. Não temos poder sobre o tempo, pois ele é implacável, mas temos a liberdade de escolher como vivê-lo. As palavras de Chico Xavier são revestidas de sabedoria: “não podemos voltar atrás para fazer um novo começo, mas podemos decidir fazer um novo fim”. Entre o nascer e o morrer, somos chamados a amar, a construir, a servir, a compartilhar e a crescer espiritualmente.
Que a consciência da finitude não nos paralise, não nos amedronte, mas nos desperte para o que realmente importa. Que ela nos inspire a viver com mais compaixão, sabedoria, leveza e presença. Porque, como nos diz o texto sagrado, há um tempo para tudo debaixo do céu. E o tempo de viver com profundidade, verdade e inteireza — é agora.

Excelente e profunda reflexão! Adorei!
Lindo texto e verdadeiro. Gostei muito. Parabéns !!!